Polícia de São Paulo procura responsáveis por balão que deixou 400 mil imóveis sem luz | Jornal Nacional
Balão arrasta carros e moto, atinge rede elétrica e deixa 400 mil imóveis sem luz
A polícia de São Paulo procura os responsáveis por soltar um balão que arrastou uma moto até os fios da rede elétrica, pegou fogo e deixou 400 mil imóveis sem luz.
No meio da madrugada, o pavor cruzando telhados. Em alguns bairros, o balão passou em cima das casas, despejando fogo. Mas a cangalha, a estrutura que vai pendurada levando fogos de artifício, foi rasgando o que encontrava pela frente. Foi uma destruição proporcional ao tamanho do crime. O balão tinha 75 metros de altura.
Mesmo caindo, teve força para virar um carro e arrastar outros, e para jogar uma moto em cima dos fios de um poste de luz.
“Como ia imaginar que um balão ia conseguir levar a moto por um fio? Fiquei desacreditado. Com a moto toda arrebentada, o carro capotado. Já pensei no meu trabalho, no meu ganha-pão, na comida, pagar as contas. E a moto”, diz o motoboy Kauê Ribeiro Ramos.
E, ao final, o fogo tomou a rua e tirou dezenas de moradores de casa.
“Um chamando o outro, bate na porta de um e de outro, foi saindo todo mundo, ficou lotado de gente aqui. A polícia mandou todo mundo sair, porque a coisa era feia, muito fogo. Podia ter acontecido uma tragédia, porque fogo era bastante”, conta o morador Waldecir Sandrin.
Os destroços tomaram conta de uma creche. Veja imagem abaixo.
Depois de cruzar bairros de São Paulo, arrastar motos e carros, foi em uma rua que o balão finalmente parou, que ele terminou o caminho de destruição dele. Ele deitou e pegou fogo em cima de casas de pelo menos três quarteirões e sobre a rede elétrica.
E foi justamente no fornecimento de energia que ele causou um dos impactos mais impressionantes: 400 mil imóveis ficaram sem luz em algum momento. Para a grande maioria, a energia voltou rápido. Mas alguns moradores passaram a segunda toda sem luz.
Soltar balão é crime. Mas quem solta parece não ter medo de polícia ou Justiça. Os vídeos da preparação e soltura do balão foram publicados na internet. Ninguém se preocupa em esconder o rosto.
“Temos algumas investigações em curso, alguns grupos de baloeiros já identificados. É uma conduta criminosa, porque causa incêndio, prejuízos materiais, até as pessoas são lesionadas, existe risco de morte”, afirma o delegado Renato Francisco de Camargo Mello.
Segundo a concessionária Enel, não há mais imóveis sem energia.