‘Não sei se ela me via como um pai’
O PLC 174/2016 é de autoria de Chiquinho. O texto flexibilizava exigências legais, urbanísticas e ambientais para regularização de imóveis na cidade do Rio. Em sua defesa, Chiquinho afirmou que ele tentava beneficiar comunidades periféricas que “não conseguiam ter voz”, disse.
Marielle era contra, pois em sua visão, o projeto não era pensado para comunidades marginalizadas. Ela defendia que o texto atendia apenas loteamentos e condomínios de classe média e alta em regiões controladas por milícias. Mesmo com oposição, o texto foi aprovado com um único voto de diferença. A PF entendeu que a diferença estreita na votação foi a motivação de Chiquinho. Em resposta ao deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), ele afirma que não precisava de uma larga votação, mas de apenas um voto a mais, o que ele teve. “É da democracia”, disse.
Advogado apontou Marielle e Chiquinho como “aliados”, já que tinham convergência de 90%. Em seu depoimento, Chiquinho Brazão afirmou que teria conversado com Marielle Franco, pedindo o apoio dela no caso, contudo, ela sempre se posicionou contra. “Foi aprovado, eu não dependia dela para nada”, relembra. “Não me vingaria de uma pessoa tão doce.”
Chiquinho se defendeu afirmando que parlamentares estavam com medo de perder eleitores. “A prefeitura ia ganhar com a regulamentação, porque eles [moradores] começariam a pagar impostos e eu, certamente, ganharia politicamente”, disse o deputado.
Relacionamento de Brazão com autores do crime
Brazão foi questionado sobre seu relacionamento com Ronnie Lessa, Macalé e Suel. Os três são réus pelo assassinato de Marielle e Anderson, sendo Ronnie Lessa réu confesso do crime.