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Inquérito das joias na PF expõe racha na defesa de Bolsonaro

Inquérito das joias na PF expõe racha na defesa de Bolsonaro

Demais advogados de Bolsonaro procuram se afastar de conflitos. O UOL apurou que as discussões entre Wajngarten e Wassef têm causado desconforto no restante da equipe de defesa do ex-presidente no caso das joias — o grupo é comandado pelo advogado Paulo Amador da Cunha Bueno. A equipe nega relação com Wassef e busca não se envolver nos atritos para preservar as estratégias para defender Bolsonaro.

Ex-presidente é próximo de Wassef e o consultou para tentar ficar com joias. Mensagens interceptadas pela PF mostram que, no dia 7 de março de 2023, Bolsonaro enviou trechos de um acórdão do TCU (Tribunal de Contas da União) a Wassef e questionou, em áudio enviado pelo WhatsApp, se havia possibilidade de incorporação das joias recebidas por ele da Arábia Saudita. Na ocasião, o tenente-coronel Mauro Cid havia dito que Bolsonaro recebeu pessoalmente um segundo kit de joias de uma comitiva do ex-ministro Bento Albuquerque.

Você [Wassef] que é advogado aí, dá uma olhada nisso aí. Nós sublinhamos aí um? pintamos de amarelo alguma coisa. Pelo que tudo indica, nós temos o direito de ficar com o material. Dá uma olhada aí. Jair Bolsonaro, em áudio a Frederick Wassef

Conversa com Bolsonaro também teve debate sobre nota de defesa. As horas seguintes à consulta do ex-presidente a Wassef tiveram ao menos sete ligações entre os dois, além do envio de várias versões de uma nota de defesa para decidir o texto definitivo. Oficialmente, Wassef só representa Bolsonaro em uma ação no STJ. Essa ação foi movida pela OAB em favor de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, ex-advogado de Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro.

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Imagem: Reprodução/Polícia Federal

A Wajngarten, Wassef se queixou por nota de defesa não ter nome dele. Enquanto Wassef falava com o ex-presidente, ele também trocou mensagens com o ex-chefe da Secom. Nessas conversas, os dois discordaram sobre a forma de defender o ex-presidente. “Se o [Mauro] Cid já falou, para quê a nota?”, perguntou Wajngarten. Na sequência, ele enviou uma versão do texto sem a assinatura de Wassef, que se queixou do fato de seu nome não estar na nota — Wassef também cobrou Wajngarten pelo texto não ter saído na imprensa.





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