Aldo Rebelo deixa secretaria em São Paulo para mergulhar na campanha de Nunes
O ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro Aldo Rebelo (MDB), que ocupava o cargo de secretário municipal de Relações Internacionais da prefeitura de São Paulo (SP), deixou a pasta para participar mais ativamente da campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) à reeleição.
Além de Aldo, também está deixando o governo municipal o secretário-executivo de Relações Internacionais da prefeitura, Enrico Misasi, mais um que se dedicará à campanha de Nunes na capital.
As duas exonerações foram publicadas na edição de quarta-feira (17) do Diário Oficial da Cidade de São Paulo.
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Aldo Rebelo será o responsável por aproximar diversos segmentos da sociedade da campanha de Nunes. Enrico, por sua vez, será o coordenador executivo da campanha.
“Vou aproximar a campanha de todos os setores da sociedade, incluindo cultura, educação, esporte, juventude, saúde, empresários e sindicatos. Meu objetivo será mobilizar esses segmentos para apoiar a reeleição de Ricardo Nunes”, afirmou Rebelo, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
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O ex-ministro assumiu o comando da Secretaria de Relações Internacionais em fevereiro deste ano, após a saída da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) – que hoje é pré-candidata a vice na chapa do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), principal concorrente de Nunes na disputa.
Aldo Rebelo foi um dos nomes cotados para compor a chapa de Nunes como vice, mas quem ficou com a vaga foi o ex-coronel da Polícia Militar e ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Ricardo Mello Araújo (PL) – indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apoia Nunes.
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Trajetória na esquerda
Militante histórico de esquerda desde o movimento estudantil, no fim dos anos 1970, em plena ditadura militar, Aldo Rebelo, hoje com 68 anos, se filiou recentemente ao MDB, mesmo partido do prefeito. Mais distante do que nunca da órbita do petismo, Rebelo ocupou 4 ministérios nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT): Relações Institucionais (2004-2005), Esporte (2011-2015), Ciência e Tecnologia (2015) e Defesa (2015-2016)
Deputado federal por 6 mandatos consecutivos, entre 1991 e 2015, ele também foi presidente da Câmara dos Deputados, de 2005 a 2007, no auge do escândalo do “mensalão”, que abalou o primeiro mandato de Lula.
Depois de militar por 40 anos no PCdoB (de 1977 a 2017), Rebelo passou por outros três partidos, todos de esquerda: PSB (2017-2018), Solidariedade (2018-2019) e PDT (2022-2024), pelo qual foi candidato ao Senado no último pleito (teve pouco mais de 1% dos votos).
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Críticas a Lula
Em entrevista ao InfoMoney, em abril, Rebelo fez duras críticas ao governo Lula e afirmou que o presidente não demonstra a mesma capacidade do passado de construir “alianças amplas” e “mobilizar os meios políticos” para “tirar o Brasil do impasse”.
“O governo do presidente Lula demonstrou incapacidade de governar o país em alianças heterogêneas, já que tem enfrentado dificuldade em compor uma maioria no Congresso que dê governabilidade. E, na área econômica, a dificuldade é maior ainda, porque o país não consegue encontrar o caminho da retomada do desenvolvimento e do crescimento”, diz.
Rebelo também criticou o Judiciário, que, em sua avaliação, vem utilizando contra Jair Bolsonaro “as mesmas armas, os mesmos argumentos e os mesmos pretextos que foram usados para tentar excluir” Lula do jogo político. “Não pode haver pré-julgamento nem o uso de processos jurídicos com finalidade política. Isso deve ser evitado. Caso contrário, há o risco, como no caso do presidente Lula, de nulidade futura desses processos exatamente pelo interesse político que estava presente”, afirmou.