Importação de veículos cresce mais de 140% em 2024, puxada por elétricos e híbridos chineses
A chegada de carros 100% elétricos e híbridos, principalmente de marcas chinesas e com preços cada vez menores, impulsionou a importação de veículos em 2024. Mercado de veículos importados cresce, mesmo com alta do dólar e de juros
Roosevelt Cassio/Reuters
O Brasil registrou aumento de 141,1% no número de carros importados em 2024, com destaque para a chegada de veículos eletrificado. Os números são da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa).
Nesta conta de eletrificados são considerados os tipos de híbridos, além dos 100% elétricos e estes grupos representaram 53,2% de todos os veículos com algum sistema eletrificado vendidos no Brasil no ano passado.
Foram importados 104.729 veículos em 2024, contra 43.431 em 2023. Deste total, 94.930 veículos são eletrificados importados, em um mercado de 178.430 unidades emplacadas no Brasil — quando são contabilizados todos os eletrificados, importados ou não.
“Em janeiro de 2024, os veículos elétricos passaram a absorver alíquota do imposto de importação de 10%, os plug-in de 12% e os híbridos de 15%. Depois, em julho, essas alíquotas passaram a ser, respectivamente, de 18%, 20% e 25%”, comenta Marcelo Godoy, presidente da Abeifa.
A força dos eletrificados chineses fica clara na lista das 10 maiores importadoras de veículos em 2024. Neste ranking, a BYD comercializou quase 2,8 vezes mais que todas as outras marcas somadas. (veja no gráfico abaixo)
Para a Abeifa, mesmo com alta expressiva na importação de carros elétricos e híbridos em 2024, o mercado dos automóveis a combustão ainda não está ameaçado. O motivo está no comprador, que em sua maioria, não deixou de lado um modelo exclusivamente movido a gasolina ou etanol — este comprador já começou a pensar no carro elétrico, sequer considerou outro tipo de tração.
Por outro lado, a entidade entende que os eletrificados passarão a tomar parte do mercado do modelo a combustão no momento em que a frota nacional alcançar o número de 1 milhão de veículos vendidos, o que deve acontecer entre o último trimestre de 2026 e três primeiros meses de 2027.
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“De outro lado, na segunda quinzena de março, o dólar bateu acima dos R$ 5 e no penúltimo dia de novembro ultrapassou a barreira dos R$ 6. Ainda assim, as associadas à entidade conseguiram chegar às 103.091 unidades importadas comercializadas, com desempenho positivo de seis das dez marcas filiadas”, complementa.
A Abeifa aponta que, mesmo com crescimento tão vertiginoso, os veículos importados ainda respondem por apenas 4,2% de todas as vendas de automóveis no Brasil.
Entidade prevê crescimento em 2025
Mesmo com o início da fabricação de carros eletrificados chineses no Brasil em 2025, junto da estimativa de dólar na casa dos R$ 6 e juros em 15%, Godoy acredita que o mercado de veículos importados deve crescer 5% neste ano e alcançar cerca de 130 mil unidades.
“O futuro próximo do setor de importação veicular ainda está incerto. Mas arrisco a dizer que podemos prever um crescimento de 5% em 2025, alicerçado em bases factíveis como o aumento expressivo de novos produtos, recheados de novas tecnologias”, aponta Godoy.
“De qualquer maneira, registro aqui o nosso desagravo em relação às medidas alfandegárias e suspensão de incentivos de impostos municipais de veículos importados eletrificados, já que estes são os primeiros a contribuir com o processo de descarbonização do setor automotivo brasileiro”, complementa o executivo.
A renovação de frota de empresas de locação de veículos deve auxiliar o crescimento das importações em 2025, segundo a ABEIFA.
Essa reportagem está em atualização.
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